Após a prisão do ex-diretor e de oito policiais penais na última terça-feira (25), imagens de uma festa ilegal dentro do Presídio de Igarassu, na região metropolitana do Recife, expuseram a extensão do esquema envolvendo servidores e detentos. O vídeo, gravado em março de 2024, mostra a realização de uma festa com bebidas alcoólicas e garotas de programa dentro da unidade prisional.
Veja o vídeo:
De acordo com a Polícia Federal (PF), os envolvidos faziam parte de um esquema criminoso que beneficiava os internos em troca de propina, que incluía joias, celulares e outros presentes. Em contrapartida, os servidores facilitavam diversos favores ilícitos, como a liberação de visitas em horários não autorizados, a entrada de aparelhos telefônicos na unidade e até mesmo a facilitação do tráfico de drogas dentro do presídio.
Na terça-feira (25), a foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, além do sequestro de bens dos investigados. As ações ocorreram em várias cidades de Pernambuco, incluindo Recife, Paulista e Goiana, e também em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A PF indicou que os envolvidos podem responder por corrupção passiva, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, associação criminosa e outros crimes.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização informou que, após análise do vídeo, foi confirmado que as gravações ocorreram durante a gestão anterior do Presídio de Igarassu. O ex-diretor da unidade, Charles Belarmino de Queiroz, foi um dos presos preventivamente durante a operação da PF desta semana.
À CNN, a pasta também ressaltou que o detento responsável pela ação ilícita foi transferido para um presídio federal três meses após o ocorrido, um período necessário para concluir os trâmites de transferência. Lyferson Barbosa da Silva, o interno apontado como o organizador da festa, é um nome central nas investigações da Polícia Federal.
Por fim, a secretaria reforçou que “a pasta segue com o compromisso de combater as ações ilícitas dentro do sistema penitenciário, inclusive com mudanças já realizadas, a exemplo do PIG [Presídio de Igarassu]”.
A secretaria acrescenta que todas as denúncias recebidas “serão rigorosamente investigadas e tomadas as providências necessárias”.
