Veja como uma batida de carro ajudou coronel a usar dados falsos em plano de golpe | CNN Brasil

Veja como uma batida de carro ajudou coronel a usar dados falsos em plano de golpe | CNN Brasil

A Polícia Federal constata, no relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o coronel Rafael Martins de Oliveira, do Exército, usou dados roubados de outra pessoa para planejar e executar a morte do ministro Alexandre de Moraes (STF).

Mais especificamente um número de celular. A vítima esteve envolvida em um acidente de trânsito.

A ocorrência narrada aconteceu em 24 de novembro de 2022, às 22h15min, no km 4 da BR-060, na chamada “Sete Curvas”, em que Rafael bateu no carro de Lafaiete Teixeira. O carro era alugado e foi devolvido.

Após a PF pedir os dados do número que constava no grupo “Copa 2022”, que continha o plano de assassinato, ficou constatado que o mesmo estava em nome de Lafaiete, um terceiro sem relação com o caso.

Dessa forma, a PF constata que o coronel Oliveira tentou esconder qualquer tipo de vestígio das identidades dos militares envolvidos. Para isso, usou dados do dono desse carro envolvido no acidente para adquirir um chip, que seria usado em um celular exclusivo para realizar a trama assassina.

“A partir dessa constatação, que demonstrou imediata correlação entre os dados vinculados ao terminal telefônico 61-xxxxx-xxxx e a pessoa envolvida no acidente de trânsito, a equipe de investigação chegou à conclusão de que RAFAEL DE OLIVEIRA utilizou os dados de LAFAIETE TEIXEIRA CAITANO, terceiro de boa-fé, para habilitar número telefônico que, posteriormente, foi utilizado na ação clandestina do dia 15 de dezembro de 2022”, diz a PF no relatório.

• Reprodução

A PF também aponta que é uma técnica dos kids pretos. “Essa conclusão converge com o processo de ‘anonimização’, técnica prevista na doutrina de Forças Especiais do Exército que possui como finalidade não permitir a identificação do verdadeiro usuário do prefixo telefônico”, conclui.

As investigações extraíram dados do aplicativo Signal, usado pelos investigados, e instalado no celular apreendido com Rafael de Oliveira e demais alvos da operação de ontem. A polícia apurou a relação do nome Lafaiete Teixeira com o coronel e descartou qualquer participação de Lafaiete.

Digitais na CNH

A PF aponta, no relatório, uma detalhada investigação para chegar até o proprietário da Carteira Nacional de Habilitação e correlacionar ao coronel envolvido no acidente.

Uma foto, em que aparece uma mão segurando a CNH no nome de Lafaiete, foi encontrada no celular do militar. O Instituto Nacional de Identificação constatou as digitais do coronel Rafael e que, dessa forma, ele passou a usar os dados roubados.

A defesa do militar em questão ainda não foi encontrada para comentar a prisão.

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