O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., declarou que qualquer pedido de impeachment contra a vice-presidente Sara Duterte apenas distrairia o Congresso e não ajudaria as pessoas. Os comentários foram alvos de críticas.
Duterte, que fez ameaças contra a vida do presidente, está sob investigação por suposto uso indevido de fundos públicos. Ela deixou o cargo de secretária de Educação em junho e negou qualquer irregularidade.
Ela disse recentemente que contratou alguém para matar Ferdinand Marcos Jr., a esposa dele e o presidente da Câmara, Martin Romualdez – primo do presidente – se ela fosse morta. Depois da repercussão, chegou a argumentar que os comentários foram tirados do contexto.
Autoridades convocaram Sara Duterte para interrogatório, mas a vice-presidente não compareceu e pediu um novo agendamento.
Uma coligação de legisladores de esquerda condenou a declaração de Ferdinand Marcos Jr., chamando-a de “tentativa descarada de influenciar o Congresso” e desencorajar o processo de impeachment contra Duterte.
“Por que perder tempo com isso?”, Marcos questionou. “Nada disso ajudará a melhorar a vida do povo filipino. No que me diz respeito, é uma tempestade em copo d’água”, continuou.
Em resposta, os legisladores France Castro, Arlene Brosas e Raoul Manuel disseram que estavam “prontos e se preparando para o impeachment” e pediram ao Congresso para reafirmar a sua independência e responsabilizar os funcionários.
“A vice-presidente Duterte deve ser responsabilizada”, destacaram.
Sara Duterte, filha do ex-presidente Rodrigo Duterte, já havia sinalizado o colapso da aliança política com o presidente Ferdinand Marcos Jr..
Questionado se a relação com a vice-presidente era irreparável, Marcos respondeu “nunca diga nunca”.
Nas Filipinas, o cargo de vice-presidente é eleito separadamente do de presidente.