Aos 75 anos, Benjamin Netanyahu é o primeiro líder israelense a ser acusado de um crime, suspeito de conceder favores regulatórios a uma rede de telecomunicações em troca de uma cobertura “mais positiva” sobre seu governo. O primeiro-ministro deixou o tribunal na capital Tel Aviv nesta terça-feira (10) depois de quatro horas de depoimento, que será retomado nesta quarta.
“No início, o primeiro-ministro parecia muito calmo e nós o vimos muito sorridente para os repórteres, para os juízes. Mas quando vimos o julgamento acontecendo, ele ficou muito mais cansado. E ele parecia alguém que realmente queria que isso acabasse”, disse o repórter de política da TV pública israelense, Suleiman Maswadeh.
Alegando sofrer perseguição da imprensa, Netanyahu negou as acusações e busca melhorar sua imagem interna com uma demonstração de força nas diferentes frentes da guerra no Oriente Médio. As Forças de Defesa afirmam ter conduzido 480 ataques contra estruturas militares da Síria, entre elas, bases aéreas, depósitos e fábricas de armas.
Os alvos mais recentes foram navios da marinha atracados em dois portos. “A marinha agiu nesta noite para destruir a marinha síria com grande sucesso. Eu aviso os líderes na Síria: qualquer um que quiser seguir o mesmo caminho de Assad, vai terminar como Assad”, ameaçou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz.
Em uma ocupação que não se via em décadas, e criticada pela ONU, tropas israelenses patrulham as Colinas de Golã. A região, militarmente estratégica para Israel, foi tomada após a guerra dos Seis Dias em 1967 e poucos anos depois, passou a ser uma zona desmilitarizada por meio de um armistício assinado com a Síria.
A Turquia, que busca conter o fortalecimento de grupos curdos que controlam o nordeste do país, também ampliou os ataques na região. As ações tiveram como alvos comboios militares e depósitos de munições na cidade de Qamishli, na fronteira com a Turquia. Na capital Damasco, as forças rebeldes que tomaram o poder nomearam Mohammad al-Bashir, primeiro-ministro interino. Al-Bashir, um engenheiro de formação, deve exercer o cargo até março de 2025.
Anteriormente, ele serviu como primeiro-ministro do chamado “Governo da Salvação”, que comandava a província rebelde de Idlib, e tinha ligações com o grupo armado “Hayat Tahrir al-Sham”, ou “HTS”, a principal força opositora na Síria, que nos últimos anos tenta se afastar da imagem de extremista, motivada pelo surgimento do grupo como um braço da al-Qaeda na Síria.