A aposentada Sonia Maria Costa denunciou que perdeu os dois mamilos após cirurgia realizada com o médico Josias Caetano dos Santos em 2020, mesmo profissional que está sendo investigado pela morte da empresária Paloma Alves de 31 anos, que morreu após realizar uma hidrolipo na clínica Maná Day, na zona leste de São Paulo na última terça-feira (26).
Em 2020, Sônia Maria relatou que foi submetida a uma cirurgia de redução de mama, mas teve uma complicação do procedimento que resultou na necrose de seus mamilos, deixando-a desfigurada e com sequelas físicas e emocionais.
“Minha experiência foi péssima”, desabafa. Sônia conta que o médico aparentava ser atencioso e profissional, mas que, na avaliação dela, os cuidados do pós-operatório deixaram a desejar. “Ele só olhava, me mandava para casa e receitava pomadas e antibiótico”, relata.
Diante da gravidade da situação, Sônia buscou ajuda jurídica para responsabilizar os envolvidos pelo que considera negligência médica.
Após saber da morte ocorrida nesta semana, Sônia diz que se sentiu mal. “Volta tudo de novo, sabe? O que eu passei eu não desejo para ninguém. Eu sofro desde 2020 com isso”.
Denúncias
O médico já responde a pelo menos 22 processos por negligência na Justiça de São Paulo.
Segundo o advogado José Beraldo, que representa as vítimas, há casos de mulheres mutiladas e com cicatrizes enormes após a realização de procedimentos com o médico. “Mulheres que foram procurar beleza e encontraram o horror, a verdade é essa”, declarou o advogado.
Médico já teve condenação por erro em cirurgia
Josias Caetano já foi condenado pela Justiça de São Paulo por um erro em uma de suas cirurgias. Em 2013, ele teve que indenizar em R$ 20 mil uma paciente por danos morais.
A cirurgia aconteceu em 2007. Segundo informações do processo, após amamentar três filhos, a vítima estava infeliz com o formato de seus seios e decidiu realizar uma cirurgia de implante de silicone para melhorar a autoestima. Conforme o registro, o procedimento foi realizado em um hospital da capital com Josias.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) afirmou que, a partir dos fatos noticiados pela imprensa, está apurando o caso. “As investigações tramitam sob sigilo determinado por lei”, diz.
Morte de Paloma
Segundo o boletim de ocorrência obtido pela CNN, Paloma se submeteu ao procedimento estético na região das costas e abdômen, conhecido como hidrolipo, mas durante o atendimento, ela entrou em parada cardiorrespiratória irreversível.
Assim que entrou em parada cardiorrespiratória, o Samu foi acionado e ela foi socorrida ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde chegou morta. Na unidade hospitalar, foi apontado como causa provável da morte uma embolia pulmonar.
Em entrevista à CNN, o médico Josias Caetano, afirmou estar com a “consciência tranquila” e que quer que o caso seja “elucidado”.
* Sob supervisão