Presente no Prêmio Olímpico Brasileiro, Bruno Fratus anunciou o encerramento da sua carreira como nadador. Medalhista de bronze nos Jogos de Tóquio em 2020, o brasileiro explicou a decisão e os próximos passos de sua carreira. O futuro, de acordo com o ex-atleta, seguirá ligado ao esporte e aos Jogos Olímpicos.
“Dia 11 de dezembro de 2024, hoje, aqui, acaba sendo onde anuncio a minha aposentadoria. Depois de um debate interno de meses, várias fases de um luto, tristeza, negação, até encontrar a aceitação até que tudo isso faça sentido. No dia de hoje, em um evento como este, nada mais justo de uma noite de celebração do esporte olímpico seja uma celebração da nossa carreira e história”, anunciou o nadador.
“A aposentadoria faz parte. É uma carreira que começamos sabendo que acabará cedo, sabendo que a aposentadoria é inevitável. Hoje é o dia. Absolutamente não estou pronto para isso, mas é como arrancar dente de leite. Você amarra e puxa logo para resolver. Vou tentar o meu melhor para não sair chorando, com o nariz escorrendo nas fotos”, completou Fratus.
Bruno Fratus é um nadador brasileiro nascido em 30 de junho de 1989, em Macaé, Rio de Janeiro, que disputou três edições dos Jogos Olímpicos: 2012, em Londres, 2016, no Rio de Janeiro, e 2020, em Tóquio. No último conquistou a medalha de bronze nos 50 metros livres.
O ex-nadador tem outras participações de destaques nas principais competições, como quatro medalhas em Campeonatos Mundiais, título do Pan-Pacífico de 2014 e dos Jogos Pan-Americanos de 2019. Fratus também detém diversos recordes brasileiros e sul-americanos, consolidade como um dos principais nomes da natação nacional.
Confira, abaixo, outras respostas de Bruno Fratus:
Próximos passos
“Tenho ideias claras de onde quero ir, ideias que estão para sair do berçário. Tem bastante coisa boa. Continuar envolvido com esporte. Não vou fazer algo completamente diferente. Quero viver de esporte. Quem me viu em Paris,, na televisão, viu que me diverti para caramba. Quero continuar fazendo. Comecei a treinar uma equipe há alguns meses. Passei por momentos que me emociono ao ensinar algumas técnicas para a molecada. Está recompensador em um nível que eu não esperava, tão rápido, que é ver o resultado da equipe. Já ganhamos nosso primeiro campeonato. Vou estar dentro do esporte, sendo um embaixador do olimpismo da forma que der.”
Momento da natação brasileira
“Temos um problema cultural na natação brasileira. Temos que começar a treinar para ganhar, de fato. Colocar no dia a dia a vontade de ganhar, não só aquele discurso demagogo de zona mista, de falar que vamos lá e ver o que dá para fazer. O sistema de alto rendimento da natação brasileira, e do esporte em geral, entrega muito e pede pouco de volta dos atletas. Quero poder ajudar na criação de uma cultura nova, de um sistema novo onde possamos cobrar os atletas por performance. A condição está lá. Temos CT, investimento, estrutura temos. Estrutura de alto rendimento.
A estrutura de base do Brasil ainda é extremamente defasada. É todo um contexto que precisa ser melhorado, mas estrutura de alto rendimento tem. Tanto que conseguimos medalhistas olímpicos e recordistas mundiais em vários esportes. Dá para fazer. Só temos que fazer do jeito certo. Não é coincidência que todas medalhas olímpicas dos últimos anos saíram de atletas que treinam no exterior ou no Brasil, mas dentro de seus próprios programas. Isso não é coincidência. Precisamos parar de evitar o elefante na sala. Temos que olhar o problema e querer resolver sem clubismo, politicagem, colocando o esporte como prioridade.”