A indústria siderúrgica levará mais tempo do que o inicialmente previsto para adotar modelos de produção que reduzam sua pegada de carbono, devido principalmente aos custos mais altos associados a esses modelos e a um mercado global desafiador para os produtores de aço.
“Tem sido difícil para eles fazerem a transição para produtos de baixo carbono, difícil manter o negócio de forma lucrativa”, disse Gustavo Pimenta, presidente da Vale, uma das maiores fornecedoras mundiais de minério de ferro.
“Isso vai acontecer (a descarbonização), mas levará mais tempo”, disse ele a repórteres, na Bolsa de Valores de Nova York, após encontro anual com investidores da empresa.
Produtores de aço ao redor do mundo têm sido pressionados por custos maiores devido a altas taxas de juros e preços mais baixos do aço, devido a uma economia vacilante da China. Pimenta disse que eles estão buscando principalmente permanecer lucrativos no momento, preferindo matérias-primas mais baratas.
A Vale tem se manifestado sobre a produção de minério de ferro de alta qualidade que resulta em menores emissões de carbono, mas o preço é uma grande questão atualmente, disse o presidente.
“Os clientes da indústria automobilística, por exemplo, ainda não estão dispostos a pagar por produtos com menor emissão de carbono”, disse ele.
Pimenta ressaltou ser importante que a Vale tenha uma estratégia que se adapte às condições de mercado, caso os compradores peçam produtos mais baratos e não materiais de alta qualidade, por causa da lucratividade.
“Temos flexibilidade para operar de forma diferente”, ponderou o executivo.
A Vale estimou nesta terça-feira que produzirá entre 325 milhões e 335 milhões de toneladas de minério de ferro em 2025, em comparação com cerca de 328 milhões de toneladas neste ano.
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