A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) afirmou, nesta terça-feira (28), que a legenda esperava ter números maiores nas eleições municipais deste ano. O partido conquistou 252 prefeituras. Em 2020, o número de prefeitos eleitos foi de 183.
Na avaliação de Gleisi, a expectativa de melhores resultados era “mais externa do que interna”, mas o partido esperava números maiores. Segundo a deputada, os próximos passos da legenda devem apontar para um caminho de “reconstrução”.
“É óbvio que havia expectativa do PT ter números maiores do que teve. Mais externa do que interna, mas havia uma expectativa. Não quer dizer que tendo o governo federal você vai ter a maioria dos municípios”, afirmou.
A declaração foi feita em coletiva de imprensa após reunião da executiva nacional do PT para fazer um balanço sobre as eleições municipais deste ano. Na avaliação da deputada, o PT precisa se preparar para o “enfrentamento” à direita nos próximos anos.
“Estamos vivendo um contrafluxo de direita e extrema direita no país, ao contrário do que foi nos anos 80, 90. A direita também está fazendo isso agora neste momento. Isso não é um fator só nacional, é um fator também internacional. Precisamos nos preparar para este enfrentamento”, disse.
Alianças
Na avaliação de integrantes do parido, a sigla precisa consolidar alianças com legendas de centro para fazer bons números nas eleições de 2026.
Uma ala da sigla considera um erro o apoio do PT ao candidato Guilherme Boulos (PSOL) na disputa à Prefeitura de São Paulo. Boulos perdeu a corrida para Ricardo Nunes (MDB), que foi reeleito com 59,35% dos votos.
Em publicação nas redes sociais, o vice-presidente do PT Washington Quaquá (RJ) afirmou que Boulos era a “crônica de uma morte anunciada”. “Parece que voltamos a reaprender a gostar de perder”, escreveu no Instagram.
Nesta terça, Gleisi afirmou que discorda da posição de Quaquá: “Me pergunto: quem do PT iria disputar ou que outra candidatura seria construída no campo da centro esquerda em São Paulo?”. No entanto, a deputada admitiu que o partido precisa ampliar alianças com partidos de centro.
“Temos que fazer uma aliança muito mais ao centro, ampliar, para reeleger o presidente Lula [em 2026]. Temos que pensar no PT e nos partidos de esquerda e centro esquerda, sobre como vamos trazer essa realidade para o Congresso Nacional”, disse.
Comunicação
Gleisi também defendeu que o PT mude a estratégia de comunicação nos próximos anos. Na avaliação da deputada, o governo não consegue comunicar à população sobre as entregas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela também cobrou ações dos ministros.
“Vejo pouco a participação dos ministros, inclusive para falar dos seus projetos. Essa disputa política, esse posicionamento importante, esclarecendo a sociedade do porquê dos programas, é muito importante”, afirmou.