Estudo analisa ligação entre jogadores de futebol e risco de demência | CNN Brasil

Estudo analisa ligação entre jogadores de futebol e risco de demência | CNN Brasil

Há cinco anos uma pesquisa feita pela Universidade de Glasgow, da Escócia descobriu que jogadores de futebol tinham três vezes mais chances de morrer de uma doença neurodegenerativa do que a população normal.

Porém, a Associação de Futebol, juntamente com a de jogadores, e dois institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos financiaram um novo estudo que analisou os registros de saúde de dois grupos distintos. O primeiro com 11.984 ex-jogadores, e o segundo com 35.952 pessoas sem nenhum tipo de relação com o esporte, o número correspondente a população geral da Escócia.

Os pesquisadores compararam os principais fatores de risco de demência entre os dois grupos, incluindo histórico de tabagismo, depressão, efeitos relacionados ao álcool, diabetes, hipertensão, perda auditiva e obesidade.

E o novo estudo mostrou que o alto risco de demência entre jogadores não esta relacionado a fatores de saúde e estilo de vida.

“No passado, diríamos que o risco estava relacionado a lesões e impactos na cabeça, mas não podíamos ter certeza de que sua relação com álcool, tabagismo, diabetes ou pressão arterial não pudessem estar envolvidos. Agora, sabemos, depois de analisar os dados, que esses outros fatores de risco não contribuem para o risco de demência.” – disse Willie Stewart, professor da Universidade de Glasgow

Um grupo de jogadores e também de familiares de ex-atletas, moveram uma ação judicial contra as autoridades do futebol pelas lesões cerebrais causadas pelos repetidos impactos na cabeça. Steve Howey, ex-jogador da Premier League, disse em entrevista a BBC Sport que realizou uma série de exames que identificaram um declínio cognitivo.

Judith Gates, esposa do ex-zagueiro Bill, do Middlesbrough, que morreu em 2023, em consequência de Encefalopatia Traumática Crônica (CTE), aos 79 anos, fundou a instituição de caridade Head Safe Football, com o objetivo de conscientizar sobre o perigo dos impactos e ferimentos na cabeça dos atletas. Ela também organizou um petição para que o ato de cabecear a bola, seja declarado um problema de saúde nacional.

Após toda a movimentação, a Associação de Jogadores, junto com o sindicato da Inglaterra e do País de Gales, criaram uma equipe dedicada à saúde cerebral, para dar suporte tanto para os atletas já aposentados, quanto para educar os jogadores em atividade sobre o tema.

Em setembro de 2023, também foi criado a Football Brain Health Fund, que disponibiliza um valor de 1 milhão de euros, cerca de 6 milhões de reais, para ajudar ex-jogadores que foram afetados por demência e outras condições neurodegenerativas, em decorrência de traumas durantes as partidas.

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