Casa Policia Envenenamento no PI: Polícia avalia exumar ex-marido de vítima | CNN Brasil

Envenenamento no PI: Polícia avalia exumar ex-marido de vítima | CNN Brasil

por fabiomunhoz
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A Polícia Civil do Piauí avalia a possibilidade de exumar o corpo do ex-marido de Francisca Maria da Silva, uma das vítimas fatais do envenenamento com baião-de-dois ocorrido em Parnaíba, no Piauí, no dia 1º de janeiro.

O ex-marido de Francisca morreu em 2024, após apresentar sintomas como náuseas e vômitos. O diretor-geral do Departamento de Polícia Científica, Antônio Nunes, confirmou à CNN nesta segunda-feira (14) que os indícios apontam para a possibilidade de que o homem também tenha sido vítima de envenenamento.

“Há relatos de que o homem sentia náuseas e vomitava antes de morrer, além de a morte ter acontecido há cerca de um ano. Isso associado aos recentes acontecimentos levam a Polícia Civil a verificar a possibilidade de que ele também possa ter sido vítima de envenenamento. Isso ainda não está decidido e se estuda o caso”, explicou o diretor-geral.

A suspeita é que Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos, possa ser o responsável pela morte. Ele foi preso na última quarta-feira (8) em Parnaíba, no litoral do Piauí, após ser apontado como o principal suspeito de envenenar nove pessoas de sua própria família, incluindo ele mesmo.

Segundo a Polícia Civil, a prisão preventiva foi solicitada devido ao “total desprezo” demonstrado por Francisco em relação aos filhos da enteada Francisca Maria, que morreu por envenenamento, além das contradições em versões sobre o caso durante os depoimentos prestados.

O envenenamento ocorreu durante o almoço do dia 1º de janeiro, quando nove pessoas de uma mesma família apresentaram sintomas de intoxicação – o que resultou na morte de quatro pessoas. A prisão foi determinada para assegurar o andamento da investigação.

Contexto familiar

Em entrevista coletiva realizada na última quarta-feira (8), o delegado Abimael Silva, responsável pelo caso, explicou o contexto da moradia e convivência da família.

“Francisco de Assis Pereira da Costa é um dos moradores da residência onde ocorreu o crime. Ele é companheiro de Maria dos Aflitos, mãe de oito filhos, sendo que seis moram na casa. Entre eles, estava a senhora Francisca Maria, a última vítima adulta, e que também tinha três filhos que residiam no local. Então, era uma casa pequena, que acomodava 11 pessoas. Era um espaço insuficiente”, esclareceu Abimael.

Segundo o delegado, com base nas investigações e no material coletado até o momento, todos os indicativos apontam para Francisco como o responsável pelo crime. No entanto, Abimael reforçou que a investigação continua em andamento, com um prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito policial, podendo ser prorrogado –mesmo prazo da prisão temporária de Francisco.

Para chegar ao suspeito, foi necessário fazer uma breve cronologia do crime. De acordo com as investigações, na noite anterior, no dia 31, a família preparou o baião-de-dois em uma panela grande, deixada em cima do fogão. Todos se serviram do alimento, inclusive as crianças, e ninguém passou mal naquele momento.

“O veneno utilizado, o terbufós, tem uma característica peculiar: seus sintomas começam a aparecer entre 30 minutos e uma hora após o consumo, e atingem o pico entre uma e quatro horas. O preparo do alimento ocorreu na noite anterior à festa, que terminou por volta das 3h ou 4h da manhã, quando Francisco de Assis, responsável por fechar a casa, revelou que se deitou e foi o último a trancar a residência. Não houve relatos de pessoas estranhas entrando no local”, explicou o delegado.

Segundo a polícia, durante os depoimentos, Francisco se mostrou contraditório em relação ao seu envolvimento com o preparo do alimento envenenado, além de demonstrar um histórico de hostilidade e ressentimento em relação à vítima Francisca Maria e sua família.

“Ele deu mais de três versões do que aconteceu nesse intervalo. (…) Além de ter um desprezo completo pelos filhos da dona Francisca, aos quais ele chamou de primatas, viviam como uma tribo de índios, pessoas não higiênicas, pessoas que ele não queria conviver, mas suportava. Em específico para a dona Francisca Maria, ele disse que ela era uma criatura que tinha a mente boba, tola, matuta, morta de preguiça, não serve para nada, praticamente quase inútil”, reportou o delegado sobre o depoimento de Francisco.

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