O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) protocolou neste sábado (16) um pedido de convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para prestar esclarecimentos a uma comissão da Câmara dos Deputados após a primeira-dama Janja da Silva ter xingado o empresário Elon Musk.
Durante uma palestra em um evento sobre desinformação no Cria G20, Janja estava discursando e quando foi atrapalhada por uma buzina de navio disse: “Alô, acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você, inclusive, fuck you Elon Musk.” O xingamento seria como “fod*-se você”, em português.
Musk foi nomeado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para chefiar o Departamento de Eficiência Governamental.
Um dos pontos que o deputado utilizou para justificar a convocação de Vieira foi justamente o fato de Musk assumir um cargo de alto escalão no governo. Segundo Van Hattem, a relação do empresário com o Brasil pode ser “influenciada por declarações dessa natureza”.
“É necessário avaliar como declarações feitas por representantes do governo brasileiro, ainda que em caráter pessoal, podem ser percebidas e impactar a cooperação internacional, especialmente em temas estratégicos e econômicos”, afirma o documento.
O pedido foi protocolado na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que ainda deverá deliberar sobre a convocação do ministro.
Reação da oposição
Após as declarações de Janja, a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu. A declaração municiou bolsonaristas nas redes sociais para fazer críticas à presidência brasileira do G20 e desviar a atenção do fórum internacional.
Nas plataformas digitais, diversos representantes da direita acusaram Janja de criar uma crise diplomática com o futuro governo dos Estados Unidos.
“Já temos mais um incidente diplomático”, escreveu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) escreveu: “Esse é o nível do governo Lula da Silva — com consequências diplomáticas”, disse.
O advogado Fabio Wanjgarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, disse que a fala da primeira-dama contraria a própria postura de Lula. Em entrevista à CNN o presidente disse que terá com o presidente Trump “uma relação de respeito”.
A CNN também procurou o Ministério das Relações Exteriores, que não se pronunciou sobre o ocorrido até a publicação desta reportagem.
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