O presidente da Comissão da ONU para a Síria, Paulo Sérgio Pinheiro, analisou durante o CNN Prime Time a recente mudança de poder na Síria, afirmando que “o grande vitorioso dessa situação é o governo de Israel”. Em entrevista, Pinheiro detalhou as implicações geopolíticas desse novo cenário no Oriente Médio.
Segundo o especialista, Israel conseguiu um importante avanço estratégico, “destruir praticamente a presença do Hezbollah e, por sua vez, a presença do Irã” na região. Essa mudança no equilíbrio de poder local pode ter consequências significativas para as dinâmicas políticas e militares do Oriente Médio.
Ascensão inesperada de forças rebeldes
Pinheiro revelou que a ascensão das forças rebeldes, lideradas pelo grupo Comitê pela Liberação do Levante (HTS), pegou muitos observadores de surpresa. “Ninguém no mundo fez uma previsão a esse respeito”, afirmou, sugerindo que apenas os países diretamente envolvidos tinham conhecimento prévio dessa movimentação.
O líder do HTS, Al Jolani, foi descrito por Pinheiro como uma figura “bem conhecida, de uma tendência sunita salafista, quer dizer, conservadora, integrista, ligada diretamente à religião”. No entanto, o especialista notou que Al Jolani tem demonstrado “algumas posições de grande moderação, dizendo que não vai retaliar, que não vai perseguir as minorias”.
Crise humanitária se agrava
Apesar das mudanças políticas, a situação humanitária na Síria continua crítica. Pinheiro apresentou dados alarmantes, “90% da população está abaixo da linha da pobreza, 16 milhões precisam de ajuda humanitária”.
Ele também destacou a escassez de recursos para assistência, com apenas 23% do orçamento da ONU disponível para o país.
O especialista concluiu apontando para a “completa divisão de perspectivas dos estados da ONU envolvidos na Síria, nesses últimos 13 anos”, indicando que a falta de consenso internacional continua a complicar os esforços de resolução do conflito e reconstrução do país.
Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.