O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, declarou que não renunciará ao seu cargo, mesmo que seja pressionado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
A afirmação enfática de Powell demonstra a intenção do Banco Central americano de manter sua independência e atuar como um contrapeso às políticas econômicas propostas por Trump, diz a analista de internacional da CNN Fernanda Magnotta.
“É importante essa afirmação dele porque, em primeiro lugar, a questão da independência do Banco Central, assim como no caso do Brasil, é um debate permanente e algo importante aqui para os Estados Unidos”, afirma Magnotta.
Paradoxo econômico de Trump
A analista também destacou um paradoxo na situação atual dos EUA. Trump foi eleito, em parte, devido aos efeitos da alta inflação no país, que pressionou significativamente os consumidores. No entanto, as políticas econômicas defendidas por Trump, tanto fiscais quanto comerciais protecionistas, tendem a ter efeitos inflacionários no longo prazo.
“Veja que loucura, ele foi eleito para combater a hiperinflação, mas ele é um candidato, e agora um candidato eleito, cuja política econômica leva à hiperinflação”, explicou Magnotta.
Neste contexto, a posição firme do Federal Reserve em manter sua independência se torna ainda mais crucial. O Banco Central americano se coloca como um potencial freio para políticas que possam desestabilizar a economia, não apenas nos Estados Unidos, mas também em escala global, incluindo impactos no Brasil e em outros mercados internacionais.
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