O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou à CNN nesta segunda-feira (25) que é “inadmissível” dizer que a carne brasileira não tem segurança. A declaração foi feita em meio ao boicote anunciado por Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, às carnes dos países que compõem o Mercosul.
A decisão do CEO do grupo francês foi uma resposta de solidariedade ao agronegócio da França, que tem se posicionado contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Agricultores franceses alegam que produtores do Mercosul não seguem as mesmas regras — principalmente ambientais — e teriam vantagens competitivas injustas.
“Ele disse lá na França que a carne brasileira não tem segurança sanitária nem ambiental. É inadmissível uma questão dessa. Mas se ele acha isso deveria ter falado há muito mais tempo. Faz 40 anos que o Brasil fornece carne para França”, disse Fávaro.
O ministro afirmou que é “um direito” dizer que não quer comprar a carne brasileira, mas que colocar defeito na produção nacional é “inadmissível”. “Nós não vamos admitir”.
Reação no Brasil
A JBS, um dos principais frigoríficos brasileiros, interrompeu o fornecimento de carne ao Carrefour na última quinta-feira (21). A Friboi, marca da JBS, responde por cerca de 80% das carnes vendidas no Carrefour.
Na sexta (20), a Masterboi também realizou a suspensão de 250 toneladas de carne ao Carrefour. O Grupo Carrefour Brasil nega que haja, até o momento, desabastecimento de carne em suas unidades.
À CNN Carlos Fávaro parabenizou a postura da indústria brasileira diante do boicote anunciado pela rede francesa de varejo. “Parabéns para a indústria aqui que, com altivez, está dando uma resposta (boicote) e tem o nosso apoio. Até ele voltar atrás e reconhecer a qualidade da carne brasileira”, afirmou o ministro.
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