Tornou-se uma tradição no Brasil passar o Réveillon no litoral para celebrar a passagem do ano com amigos e familiares. Muitas pessoas, inclusive, aproveitam o momento para pular 7 ondas e fazer um desejo para cada uma delas.
Mas o que vários não sabem é que o ritual é uma homenagem a Iemanjá (ou Yemanjá), Orixá do mar, das águas, “mãe de todas as cabeças”, conforme os adeptos de religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, acreditam.
O número 7, inclusive, também possui significados e simbologias místicas, de acordo com cada tradição religiosa. O que torna, então, um combo completo para atrair boa sorte e também deixar para trás o que já não serve mais.
À CNN, Alexandre Meireles, babalorixá, xamã e dirigente há 28 anos do terreiro de Umbanda Círculo de Irradiações Espirituais São Lázaro, na zona sul de São Paulo, explica como realizar a ritualística.
É sempre bom pular as sete ondas fazendo um pedido a cada onda ou reforçando o mesmo desejo sete vezes. O importante é deixar as ondas passarem pelas pernas enquanto se conta, e transformar esse momento em uma oração, um exercício de fé. É a força do pensamento e do coração atuando juntos, conectados com as energias do mar e a proteção de Iemanjá”
Alexandre Meireles
O que levar de presente para Iemanjá?
Adotar uma postura de respeito e conscientização é essencial para combater preconceitos e promover a harmonia entre diferentes crenças. Joias e espelhos, em tempos remotos, eram presentes tradicionais para Iemanjá, mas é possível adaptar essas oferendas de forma mais consciente.
Flores naturais e sem o caule, por exemplo, são uma escolha simbólica e sustentável. Respeitar essas tradições e adotar práticas sustentáveis fortalece a conexão espiritual sem prejudicar o ecossistema marinho. Recolher resíduos e participar de mutirões de limpeza também reforçam o cuidado com o meio ambiente, honrando a Rainha do Mar com amor e responsabilidade.
Até agosto de 2024, o Disque 100, serviço do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, recebeu 1451 denúncias por violação de liberdade de crença ou religião. O número é quase o dobro do registrado no mesmo período em 2023, quando foram feitas 789 denúncias desse tipo.
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