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Rússia demite general encarregado de operação na Síria, dizem blogueiros militares | CNN Brasil

por tiagotortella
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Blogueiros de guerra russos afirmaram neste domingo (1°) que Moscou demitiu Sergei Kisel, o general encarregado das forças do país na Síria, depois que insurgentes invadiram a cidade de Aleppo, no maior desafio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que é aliado da Rússia, em anos.

A demissão de Kisel, 53 anos, foi relatada pelo canal Rybar Telegram, que é próximo ao Ministério da Defesa da Rússia, e pelo blog Voenny Osvedomitel (Informante Militar).

A pasta não respondeu a um pedido de comentário da Reuters até a publicação desta matéria. Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia fez uma série de reformulações militares que não foram anunciadas publicamente.

Informações da mídia não confirmadas indicaram que Kisel foi substituído pelo coronel general Alexander Chaiko.

Os blogs militares criticaram o desempenho de Kisel, que anteriormente comandou o 1º Exército de Tanques de Guardas da Rússia na região de Kharkiv, na Ucrânia, onde as forças de Moscou foram repelidas em um contra-ataque relâmpago pelas tropas ucranianas no final de 2022.

“Aparentemente, ele deveria revelar seus talentos ocultos na Síria, mas algo ficou no caminho novamente”, escreveu Voenny Osvedomitel.

Rybar especulou que a Rússia poderia até mesmo recorrer a Sergei Surovikin, um general que ganhou o apelido de “General Armagedom” por sua crueldade na Síria e que esteve brevemente no comando do esforço de guerra ucraniano.

Surovikin foi rebaixado no ano passado, quando relatos não confirmados indicaram que ele havia sido investigado por possível cumplicidade em um motim contra a Rússia do grupo mercenário Wagner.

Avanço rebelde na Síria

O avanço dos insurgentes na Síria foi o primeiro desde março de 2020, quando a Rússia e a Turquia, que apoia os rebeldes, concordaram com um cessar-fogo que levou à interrupção da ação militar no noroeste do país.

Neste domingo, o Exército sírio informou que recapturou várias cidades que foram invadidas por rebeldes nos últimos dias.

Os insurgentes são uma coalizão de grupos armados apoiados pela Turquia, juntamente com o Hayat Tahrir al-Sham, um grupo islâmico que é a principal força militar da oposição a Assad.

Aleppo estava sob controle do governo sírio desde 2016, quando as forças sírias apoiadas pela Rússia sitiaram e devastaram as áreas orientais que eram controladas pelos rebeldes.

Entenda o conflito na Síria

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

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