O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou pública a decisão que autorizou uma operação da Polícia Federal (PF), realizada nesta terça-feira (19), contra militares suspeitos de planejar um golpe de Estado e a execução do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro.
Um dos alvos da PF na operação de hoje era o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), Mario Fernandes, general da reserva.
O documento de 74 páginas mostra que, além de elaborar o plano da execução de Lula, Alckmin e Moraes, Fernandes era o “ponto focal” do governo Bolsonaro com os manifestantes golpistas que invadiram a Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
“A Polícia Federal destacou a existência de áudios que indicam a relação de Mario Fernandes com pessoas que estavam acampadas no Quartel General do Exército, entre os dias 9/12/2022 e 13/12/2022, buscando auxílio para resolução de problemas ocorridos no acampamento”, diz o documento.
De acordo com a PF, o contexto das mensagens evidenciam que Mario Fernandes era o “ponto focal do governo de Jair Bolsonaro com os manifestantes golpistas”.
“Além de receber informações, também servia como provedor material, financeiro e orientador dos manifestantes antidemocráticos instalados nas adjacências do QG-Ex em Brasília/DF, que teve papel fundamental na tentativa de golpe de Estado perpetrada no dia 08/01/2023”, diz outro trecho do documento.
A decisão do ministro do STF ressalta ainda que foram destacados áudios procedentes do contato Klio Damião Hirano, investigada pela Suprema Corte por envolvimento na tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em 12 de dezembro de 2022.
Nas mensagens, o interlocutor Rodrigo Yassuo Faria Ikezili, marido de Klio, pede apoio ao General para viabilizar a entrada de uma tenda no QG-Ex.
Para Alexandre de Moraes, o General Mario Fernandes “possuía influência sobre pessoas radicais acampadas no QG-Ex, inclusive com indicativos de que passava orientações de como proceder e, ainda fornecia suporte material e/ou financeiro para os turbadores antidemocráticos”.
Ex-assessor de Bolsonaro
Mario Fernandes é general da reserva, ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro e integrante dos “kids pretos”, grupo de militares alvo da operação da PF desta terça-feira (19), que visava um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito em 2022.
Fernandes também foi da Secretaria-Geral da Presidência da República, o número dois da pasta, e chegou a assumir a Pasta de forma interina.
Até março deste ano, o general trabalhava como assessor no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ). Ele foi demitido após se tornar um dos investigados no inquérito que investiga o planejamento de um golpe de Estado para tentar alterar as eleições de 2022.
Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Mario Fernandes não poderia exercer função pública, já que é alvo das investigações.